Enquanto esteve no governo, Jair Bolsonaro não visitou Portugal, quebrando uma tradição entre os presidentes brasileiros e criando ruídos entre o Brasil e o país europeu. Agora, o ex-presidente se prepara para desembarcar em maio na capital portuguesa para participar de uma reunião de cúpula de representantes de extrema direita.
O encontro está sendo organizado pelo Chega, o partido de André Ventura, que entoa um discurso extremamente xenofóbico e conservador. Segundo o jornal Correio da Manhã, o deputado português foi contactado pela equipe de Bolsonaro, que queria incluir Lisboa em seu roteiro de viagens, que passa por Madri e Roma.
A partir desse contato, Ventura, que preside o Chega, decidiu convidar demais representantes europeus da ultradireita para uma cimeira. Fazem parte da lista, entre outros, Marine Le Pen, da França; Santiago Abascal, da Espanha; Geert Wilders, da Holanda; e Giorgia Meloni e Matteo Salvini, da Itália. Os dois últimos não devem participar do encontro.
Bolsonaro, que está recluso nos Estados Unidos desde que saiu às pressas do Brasil dois dias antes de acabar seu mandato, já avisou que estará acompanhado da ex-primeira-dama Michelle. A ideia é de que a reunião de cúpula preparada pelo Chega seja realizada todos os anos.
Lula também estará em Lisboa
Se os planos de Bolsonaro e de Ventura se confirmarem, o ex-presidente brasileiro pousará em Lisboa dias depois de o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, passar pela capital portuguesa, onde participará da cimeira com autoridades de Portugal. Será a primeira cimeira entre os dois países desde 2016.
Ventura, por sinal, está convocando o que ele define como a maior manifestação contra um chefe de Estado para protestar diante da presença de Lula em Portugal. A convocação está sendo feita, sobretudo, entre integrantes de igrejas evangélicas, que estão em forte processo de crescimento em território luso.
O presidente do Chega também liderou o movimento contra um possível discurso do presidente Lula na cerimônia oficial da Assembleia da República no dia 25 de abril, quando se comemora a Revolução dos Cravos, que pôs fim a um longo período da ditadura comandada por António Salazar. Lula falará no Parlamento, mas em outro momento.