Em comunicado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, o BC ressaltou a sua preocupação com os rumos da inflação, cujas projeções para 2022, ano para o qual a política monetária vai mirar, estão muito próximas do centro da meta.
O BC acredita que precisa agir para controlar as expectativas, que vêm se deteriorando rapidamente. A perspectiva da instituição era de que a inflação, muito concentrada em alimentos, perdesse força neste fim de ano. Mas não é o que se está vendo. Em novembro, bateu em 0,89% e pode chegar a 1,27% em dezembro.
Para Bolsonaro, os juros nos menores níveis da história, de 2% ao ano, são um trunfo político. Portanto, no entender dele, não é o momento de perdê-lo, sobretudo porque uma eventual alta será atrelada à incapacidade do governo de conter os reajustes disseminados de preços.
O presidente, por sinal, disse a defensores que é melhor “a inflação alta do que o desabastecimento”, numa referência ao aumento do consumo durante a pandemia, sobretudo de alimentos. O Banco Central, porém, está convencido de que não dá mais para ser tão leniente com a alta do custo de vida.
Brasília, 13h09min