Também, desde que Flávio comunicou Bolsonaro sobre a intenção de comprar a mansão, havia a percepção de que, quando o assunto se tornasse público, “daria dor de cabeça ao governo”, mas, depois, “a polêmica perderia força”. O importante, no entender da família Bolsonaro, era que o senador tivesse bons argumentos para confrontar os ataques.
Flávio, que é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção, acusado de cobrar parte dos salários de assessores quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, as rachadinhas, tem um histórico de forte ligações com imóveis. A mansão de R$ 6 milhões é o 20º que ele compra — boa parte já foi vendida.
O filho 01 de Bolsonaro diz que toda a operação é legal, que só conseguiu fechar a compra da mansão porque conseguiu um financiamento, cujas parcelas vão consumir mais da metade de seu salário como senadores, próximo de R$ 33 mil mensais brutos. O Banco de Brasília (BRB), que financiou a mansão, também ressalta que o negócio está dentro da lei.
Pela escritura de compra do imóvel, dos R$ 6 milhões, Flávio financiou R$ 3,1 milhões junto ao BRB, para quitação em 360 meses. As taxas de juros ficaram entre 3,65% e 4,85%, bem abaixo da média do mercado. A mulher do senador, Fernanda, que é dentista, também consta como compradora do imóvel.
A compra da mansão foi revelada na segunda-feira (01/03) pelo site O Antagonista. Segundo o registro da operação em cartório, o imóvel tem 2.400 m², está localizado no Setor de Mansões Dom Bosco. No documento, aparece como vendedora é a RVA Construções e Incorporações.
Brasília, 16h13min