Bolsonaro fez um media trainning para o debate na Band

Compartilhe

ROSANA HESSEL

Integrantes da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão satisfeitos com o desempenho do chefe do Executivo no debate da Bandeirantes no último domingo (17/10), que se mostrou mais preparado depois de fazer um media training — tradicional procedimento feito por autoridades e executivos antes de uma entrevista coletiva, por exemplo.

Oficialmente, o treinamento é negado pela equipe de Bolsonaro, mas ele ocorreu às escondidas. Entre os preparadores de Bolsonaro para o embate com Lula transmitido pelo pool de veículos formado por TV Band, TV Cultura, UOL e Folha de São Paulo, estava o ex-candidato à Presidência da República Pablo Marçal (Pros-SP), que conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados para a próxima Legislatura. Também participaram do treino o ministro das comunicações, Fábio Faria, o chefe de comunicação da campanha Fábio Wajngarten e o filho número 2 do presidente Carlos Bolsonaro. O grupo ainda teve ajuda remota do marketeiro de Bolsonaro Duda Lima.

O presidente sempre resistiu ao media training — ele tem até pavor a essa palavra –, mas acabou cedendo antes do primeiro embate em rede nacional na campanha do segundo turno das eleições deste ano. A diferença entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno foi de pouco mais de 6 milhões de votos e os integrantes da equipe consideram que é preciso que o presidente atraia cerca de 3,5 milhões de votos para vencer o petista.

Mas divisão entre os integrantes da equipe da campanha sobre o media training é grande, porque uma ala teme que, diante desses treinamentos frequentes para o confronto com a mídia, Bolsonaro possa perder o que eles chamam de “espontaneidade”, considerada por eles um dos fatores importantes para atrair o eleitor do presidente.

Resta saber se Bolsonaro fará outros treinos pois, embora bastante travado no palco e utilizando pouco o espaço disponível no estúdio, estava com a língua afiada para questionar Lula — principalmente no último bloco — e evitou destratar as jornalistas mulheres que faziam perguntas, como fez no debate da Band do primeiro turno.

Após o debate da Band, a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19/10), mostrou redução de oito para cinco pontos percentuais a diferença entre Lula e Bolsonaro na corrida para as eleições de 30 de outubro.

Vicente Nunes