Atualmente, as políticas de combate ao crime e as ações de segurança estão sob responsabilidade do ministro Sergio Moro, que conduz o superministério da Justiça e Segurança Pública. No entanto, a divisão, formulada por Bolsonaro, enfraqueceria imediatamente Moro, como adiantou o Correio na edição desta quinta-feira (23).
Para Capitão Augusto, que está à frente da chamada Bancada da Bala, a decisão soa como retaliação a Sergio Moro. “Agora é totalmente inoportuno recriar o ministério, algo que soa como retaliação. Dividir o Ministério do Moro, que é um ícone no combate à corrupção, é totalmente inadequado no momento. O presidente está sendo mal aconselhado. Ouvindo alguém, ele está fazendo exatamente o contrário do que fazia quando era deputado”, declara.
Na saída do Palácio do Alvorada, pela manhã, Bolsonaro chegou a dizer que sabe que Moro “ficaria chateado”, mas disse que vai conversar com o ministro. Outra informação que começou a ser ventilada em Brasília é a intenção do presidente de trocar o comando da Polícia Federal. A decisão deve ser tomada até fevereiro.
Fontes ouvidas pelo Blog, ligadas a PF, relatam que a cúpula da corporação recebeu a informação com surpresa, mas ainda se mantém cética sobre a chance de que a troca realmente ocorra. Bolsonaro já fez esse movimento, mas recuou por temer estragos no governo.
Caso Jair Bolsonaro realmente decida remover Maurício Valeixo do cargo, deve enfrentar resistência. Ele é bem visto pelos agentes e delegados, e a avaliação é de que a mudança no comando seria uma retaliação ao ministro Moro, que confia em Valeixo.
“O diretor-geral da PF está fazendo um bom trabalho, não tem motivo para trocar o comando da corporação. Seria mais uma decisão com base em conselhos errados”, completa Capitão Augusto.
Brasília, 14h47min