A pressão sobre Guedes começou na quarta-feira (10/02), quando o presidente do Senado disse que o retorno do auxílio emergencial não poderia está vinculado à qualquer proposta de reforma constitucional, devido à urgência do assunto. Nesta quinta-feira (11/02), assim que chegou à Câmara, Arthur Lira disse que o benefício era urgente, pois “a situação está ficando crítica”.
Pouco tempo depois, foi a vez de Bolsonaro dizer que o auxílio emergencial voltará em março e será pago em quatro parcelas. A partir daí, não restou mais dúvida de que, se não cumprir o que está determinado, Guedes enfrentará um tiroteio. Sua cabeça estará a prêmio.
Bolsonaro e o Centrão estão fechados em um projeto político, que é reeleger o presidente e garantir um longo domínio para o grupo na Câmara o Senado. Nada garante, porém, que esse entendimento durará por muito tempo. Mas, neste momento, há um desejo de manter esse núcleo de poder.
Como não quer deixar o governo, Guedes fará o que Bolsonaro e o Centrão quiserem. Não adiantará a equipe do ministro espernear, pedindo responsabilidade fiscal. Há um objetivo maior neste momento: pavimentar o caminho para a reeleição em 2022.
Tudo o que puder desviar Bolsonaro desse caminho será defenestrado. O Centrão convenceu o presidente da República de que ele precisa sustentar o papel de “pai dos pobres”. Foi esse figurino que elevou a popularidade presidencial. E foi o fim do auxílio que começou a corroer o apoio popular.
O Centrão alimenta o desejo de poder de Bolsonaro, mas vai cobrar caro por isso. Guedes deve se preparar para quitar a fatura. Vai chiar aqui e ali, mas sempre entregará o que será determinado. O jogo está dado.
Brasília, 18h25min