“Quero dizer aos senhores que aprendemos uma lição hoje: mineiros unidos, jamais serão vencidos”, disse Bolsonaro, nesta quarta-feira (20/10), no Palácio do Planalto. “Amigos do poder Judiciário, vocês representam grande parte da nossa democracia!. O Brasil precisa, sim, de Justiça”, emendou.
Entre as autoridades presentes, estava o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que sentou ao lado de Bolsonaro, pela primeira vez, em uma cerimônia no Planalto desde a crise institucional que culminou nas declarações antidemocráticas durante as manifestações de Sete de Setembro. A cerimônia, visivelmente improvisada, era para a assinatura do projeto de lei que cria o Tribunal Regional Federal (TRF) da 6ª região, em Minas Gerais.
Com a rejeição em alta, o chefe do Executivo tenta aparar as arestas e acabou cedendo palanque para o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que recebeu elogios rasgados do ministro do Tribunal Superior de Justiça (TSJ), Humberto Martins. A cerimônia ocorreu no Salão Leste do Palácio do Planalto, a menor sala de eventos do segundo andar da sede do governo, onde várias pessoas aglomeraram e não usavam máscaras.
Antes de Bolsonaro, Pacheco contou que a criação do TRF em minas era esperado há 20 anos. Além disso, o presidente do Congresso também garantiu “que não haverá custo adicional para o contribuinte” com a criação de uma corte para a segunda instância para os mais de 800 municípios mineiros, porque o órgão utilizará as instalações do TRF da 1ª região, onde 40% das demandas são de Minas.
De acordo com presidente Bolsonaro, a criação do novo TRF “simboliza mais agilidade” e disse que não é o “pai da criança”, mas o “padrinho. O presidente ainda elogiou as palavras de Fux e disse que elas foram “bastante objetivas”.
O chefe do Executivo demonstrou insatisfação com a demora para a sabatina do ex-ministro da Advocacia Geral da União AGU André Mendonça, para o STF ao cumprimentar o ministro do STF Kassio Nunes Marques e defendeu o “sangue novo”. “(Marques) Já está quase deixando de ser o mais novo do STF. Toda renovação é bem vinda, inclusive, na política. É sangue novo”, afirmou.