Bolsonaro cada vez mais parecido com Dilma Rousseff

Publicado em Economia

No campo político, o presidente Jair Bolsonaro já é chamado de “Dilma de calças”. Motivo: a sua dificuldade em ter uma boa relação com o Congresso. Ele acredita que, dentro de um sistema de presidencialismo de coalizão, pode governar sem diálogo com deputados e senadores.

 

Foto: Luís Nova/Esp. CB/D.A Press

Não por acaso, está sofrendo derrotas consecutivas em votações importantes e tendo que lidar com um atraso no andamento da reforma da Previdência, o que tem deixado os investidores estressados. O mercado, que já bajulou muito Bolsonaro, agora o vê com desconfiança.

 

Pois, na economia, mesmo com o discurso liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro também está agindo como Dilma. E isso ficou claro na quinta-feira, 11 de abril, quando ele mandou a Petrobras suspender um aumento de 5,7% que havia anunciado para o diesel.

 

Economia fraca

 

A alegação do presidente foi a de que não era o momento para tal reajuste no preço dos combustível, uma vez que o governo está tentando manter uma boa relação com os caminhoneiros, que chegaram a ameaçar com greve,e por causa da economia fraca.

 

Por conta desse acordo com os caminhoneiros, o governo determinou que a Petrobras só aumentasse o valor do diesel num prazo mínimo de 15 dias, e não mais diariamente.

 

Dilma Rousseff, para quem não se lembra, segurou por muito tempo os preços dos combustíveis, pois acreditava que, dessa forma, conseguiria segurar a inflação que estava em disparada. Além de não conseguir conter o custo de vida, impôs perdas de mais de R$ 70 bilhões à estatal.

 

Os investidores, os mesmos que vinham incensando o governo, agora reclamam da “Dilma de calças”. E estão batendo firme nas ações da Petrobras, que caem mais de 5% neste sexta-feira (12 de abril).

 

O Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), só não está caindo mais devido ao acordo fechado entre o Palácio do Planalto e o Centrão para votar a reforma da Previdência na semana que vem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por volta das 11h30, o Ibovespa caía 0,4% e o dólar subia 0,18%, para 3,87%.

 

Brasília,  11h27min