Em conversa com apoiadores nesta sexta-feira (12/03), Bolsonaro, que chamou o toque de recolher decretado no Distrito Federal de Estado de Sítio, disse que os auxílios emergenciais pagos pelos governadores são uma forma de “tirar a liberdade” das pessoas diante das medidas de confinamento, que suspendem várias atividades.
Na verdade, o presidente está incomodado com a competição desses benefícios com o auxílio emergencial que o governo federal passará a pagar a partir de março. Serão quatro parcelas com valor médio de R$ 250 cada, sendo a menor de R$ 175 e a maior, de R$ 375. Esse benefício foi aprovado pelo Congresso por meio da PEC Emergencial.
“Você vê que tem governador, agora, que está falando em auxílio emergencial, né?”, afirmou Bolsonaro ao grupo de apoiadores. “Ele quer fazer o Bolsa Família próprio. Quanto mais gente vivendo de favor do Estado, mais dominado fica esse povo”, enfatizou, incomodado, porque tem sido muito criticado na condução da pandemia. O presidente está tentando desqualificar o que é feito pelos estados e pelo DF para conter a disseminação do novo coronavírus, que está levando os sistemas de saúde público e privado ao colapso.
Irritado, Bolsonaro disse ser contra todas as medidas como confinamento, toque de recolher e auxílio emergencial pago pelos estados. E repetiu declarações dos últimos dias, de que o povo não pode abrir mão de sua “liberdade”, pois é o que “tem de mais de sagrado. Ele também frisou que seria “fácil impor uma ditadura no Brasil” por meio das restrições de circulação pelas cidades.
Brasília, 11h28min