Irresponsável, Bolsonaro debocha de todos os seus 57 milhões de eleitores, que embarcaram na promessa que ele fez de construir um país melhor para todos, com crescimento, mais empregos e menos corrupção. Ao dizer que não pode fazer nada, o presidente simplesmente assumiu o seu fracasso.
É verdade que o Brasil vive uma situação complicada. As contas públicas estão no vermelho desde 2014, não cresce desde então, o desemprego passa dos 14% e uma pandemia atropela todos os planos do governo, das empresas e da população.
Mas se espera de um líder de uma nação que ele tenha um mínimo de bom senso para conduzir o país, para fazer escolhas, mesmo que elas tenham custos políticos. Bolsonaro, contudo, opta por lavar as mãos e jogar a culpa nos outros. É muito mais fácil. E covarde.
Neste momento tão conturbado, Bolsonaro deveria estar trabalhando para reconstruir a confiança no Brasil, e não para destruí-la. Quem, em são consciência, vai investir no país, ampliar fábricas, criar empregos, se a maior autoridade do país jogou a toalha?
O que quer Bolsonaro, se não pode fazer mais nada? Como olhar para frente e esperar um Brasil melhor? O que dizem os eleitores do presidente que, agora, sabem que votaram em uma pessoa que não é capaz de conduzir um país como o Brasil?
Bolsonaro diz que não cumpriu a promessa de atualizar a tabela do Imposto de Renda e, assim, isentar um maior número de pessoas do pagamento de tributos. Não o fez, simplesmente, porque não exerceu o seu poder de escolha. Melhor, esqueceu as promessas para favoreceu grupos específicos em troca de apoio no Congresso.
É triste ver um presidente sem qualquer capacidade sentado na cadeira mais importante do país. Se, ao completar dois anos de governo, ele diz que não pode fazer mais nada porque o Brasil quebrou, o que esperar dos próximos dois anos que ainda lhe restam de mandato?
E pensar que ele ainda está obcecado pela reeleição.
Brasília, 15h05min