Aos poucos aliados com os quais conversou nesta quinta-feira (08/02), o presidente Jair Bolsonaro admitiu que subestimou a força da delação premiada do coronel Mauro Cid, que foi seu ajudante de ordens. Foram as revelações feitas pelo militar, muitas delas confirmadas pelos arquivos obtidos pelos agentes da Polícia Federal no celular e no computador dele, que embasaram parte da operação de está sacudindo o país, com quatro prisões, dezenas de buscas e apreensões e retenção de passaportes de Bolsonaro e de militares como Braga Netto e Augusto Heleno.
A operação “Tempo da Verdade” detalha todos os passos na tentativa de montagem de um golpe de Estado, que resultaria na prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cid entregou todo o roteiro, inclusive, com gravações de reuniões de integrantes do governo passado, uma delas, com o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Heleno, falando em “virada de mesa” ainda antes das eleições vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.
A delação de Cid só ocorreu por causa da mulher dele, Gabriela Santiago, que o incentivou a entregar tudo o que sabia. Para ela, é inadmissível que o marido ainda esteja preso há tanto tempo e os responsáveis pelo montagem de um golpe frustrado estejam soltos.
Gabriela, por sinal, pediu reforço de segurança para a família, que vem sendo atacada, chamada de traidora. No que depender dela, Cid entregará o que mais a Polícia Federal desejar. Agora que os resultados da delação estão aparecendo, não há porque ter recuos.