Nas conversas que manteve com auxiliares, o presidente Jair Bolsonaro não escondeu a satisfação com os números da pesquisa Datafolha, que mostram melhora substancial da aprovação do governo. Ele acredita que o apoio é ainda maior do que o revelado pelo levantamento.
Bolsonaro avalia que, por ter sido realizada por telefone, a pesquisa do Datafolha pode ter sido prejudicada, sobretudo no Nordeste, onde a aprovação do presidente saltou 13 pontos percentuais entre dezembro do ano passado e agosto de 2020.
No geral, a pesquisa Datafolha aponta que, de junho para agosto, a avaliação de bom e ótimo do governo passou de 32% para 35%. No mesmo período, os que consideram o governo ruim ou péssimo caíram de 44% para 34%. Outro ponto: a aprovação pessoal de Bolsonaro subiu de 23% para 27%.
Nas análises feitas pelo Planalto, a força do auxílio emergencial de R$ 600 foi mais forte do que todos os números ruins da pandemia do novo coronavírus. Isso mostra que o governo está no caminho certo ao se preocupar com a parte mais sensível do corpo humano, o bolso.
Corrida para definir prorrogação de benefício
A determinação do governo, agora, é correr para definir a prorrogação do auxílio emergencial, que pode ser de um ou dois meses, e anunciar o Renda Brasil, nova roupagem do Bolsa Família, turbinado por outros programas sociais. Nesse caso, os benefícios devem variar entre R$ 200 e R$ 300.
“A prorrogação do auxílio emergencial por mais um período, mesmo que curto, está praticamente certa”, afirma um auxiliar do presidente. “É o tipo de investimento do qual o governo não pode abrir mão neste momento. Temos de lembrar que isso está segurando a economia e minimizando os estragos do desemprego”, acrescenta.
De início, o auxílio emergencial duraria três meses. Mas os ganhos políticos trazidos pelo benefício levaram Bolsonaro a estendê-lo por mais dois meses. Com a reeleição na cabeça, ele quer esticar um pouco mais a corda. O auxílio emergencial custa cerca de R$ 50 bilhões por mês aos cofres públicos.
Brasília, 10h58min