Pelo relatos que recebeu da Operação Placebo, Bolsonaro não tem dúvidas de que, politicamente, Witzel está destruído. Alguns assessores mais afoitos do presidente dizem a ele que, dificilmente, o governador do Rio terminará o mandato. A PF não dará trégua a ele.
Na avaliação dentro do Planalto, tudo joga contra Witzel: há indícios claros de que houve corrupção no governo dele, a operação da Polícia Federal ocorre num momento dramático para o país e as suspeitas são de desvios de verbas da saúde em meio a uma pandemia. “Isso bate fundo na opinião pública”, afirma um integrante do Planalto.
Bolsonaro acredita que, à medida que as investigações forem avançando e as provas contra Witzel aparecendo, a oposição contra o governador no estado poderá resultar em um processo de afastamento aberto pela Assembleia Legislativa. Aquele casa, ressalta outro assessor presidencial, é bolsonarista.
De joelhos
A partir de agora, a ordem do Planalto é para que todos os aliados do presidente no Rio partam para cima de Witzel, não deixando espaço para reação. O Planalto sabe que esta guerra não será fácil, mas se gaba de o governador do Rio estar quase de joelhos.
No que o governo federal puder fustigar Witzel, o fará sem dó nem piedade. Até porque o Planalto quer transferir parte da crise que assombra Bolsonaro para o Rio e para outros estados — sim, outros governadores estão na mira da PF, como afirmou a deputada Carla Zambelli.
“Uma coisa é certa, Witzel não terá vida fácil. Daqui por diante, todo tempo dele será gasto para se defender do indefensável”, ressalta um interlocutor do presidente. O governador do Rio garante que é inocente e que está sendo vítima da “ditadura” criada por Bolsonaro.
Brasília, 15h17min