Na avaliação do mercado, dependendo do tamanho da vitória de Temer, que está cada vez mais clara, ficará mais fácil para o governo retomar a reforma da Previdência Social, considerada vital para pôr em ordem as contas públicas. Como se sabe, a situação fiscal do país é dramática.
Com a retomada da reforma da Previdência, os investidores se sentem mais confortáveis com a possibilidade de mudança nas metas fiscais deste ano e de 2018, de deficits máximos de R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões, respectivamente. Fala-se, entre técnicos da equipe econômica, de rombo entre R$ 150 bilhões e R$ 155 bilhões em 2017 e de até R$ 140 bilhões no ano que vem.
Os investidores ficaram muito confortáveis com a força demonstrada pelo Palácio do Planalto, que conseguiu reunir, antes do previsto, o número necessários de deputados para dar início à votação do processo contra Temer por corrupção passiva.
Para o mercado, é importante que esse assunto seja resolvido o mais rapidamente possível, para que o país possa retomar a discussão de temas importantes para tirar a economia do atoleiro. O nível da atividade começa a dar sinais efetivos de melhora, mas é preciso que a crise política dê uma trégua para que os bons indicadores se consolidem.
Os investidores acreditam que, se o governo conseguir pelo menos 280 votos a favor de Temer, esse será o patamar inicial para a votação da reforma da Previdência. Há deputados que são contra Temer, como se vê no PSDB, mas que admitem votar por mudanças no sistema de aposentadoria e pensão.
A expectativa é grande com o desenrolar desta quarta-feira. Operadores de mercado estão contando cada voto e todos os movimentos dos partidos para traçar as estratégias de negócios.