Bolsa reabre em queda e fica abaixo de 90 mil pontos

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Após desabar mais de 10% e interromper o pregão por 30 minutos, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) reabriu o pregão desta segunda-feira (09/03) com queda acima de 10%. Por volta das 11h44, registrada queda de 9,16%, e continuava abaixo de 90 mil pontos.

 

Se o tombo da B3 chegar a 15% o “circuit breaker” pode ser acionado novamente. É a primeira vez que isso ocorre desde 18 de maio de 2017.

 

A queda da B3 acompanha as bolsas internacionais que desabaram após a Arábia Saudita anunciar aumento da produção de petróleo em uma clara guerra de preços com a Rússia, que não aceitou negociar com os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Analistas já apostam que, se essa briga continuar o barril pode chegar a US$ 20.

 

Riscos maiores

 

Em meio à essa nova crise global associado à doença causada pelo novo coronavírus, a Covid19, os riscos no mercado aumentaram, avisou a agência norte-americana Fitch Ratings, que não descartou rever notas de classificação de alguns países e incluiu o Brasil, que tem 25 casos confirmados, nesse alerta.

 

“O duplo impacto do Covid 19 e o significativo choque no preço do petróleo pressionarão alguns fundamentos de crédito soberano e potenciais ratings”, afirmou a Fitch em um comunicado divulgado há pouco.

 

A agência destacou que os mercados emergentes enfrentam “riscos adicionais relacionados a receitas de exportação de commodities, fluxos de capital e pressões cambiais”. A ameaça de queda nos preços das commodities já se manifestava à medida que o COVID-19 enfraquecia as perspectivas de crescimento global, de acordo com a Fitch.  Ela ressaltou que os títulos soberanos das economias emergentes enfrentam riscos associados a mudanças no sentimento dos investidores globais que podem prejudicar as condições de financiamento externo, preços mais baixos de commodities ou volumes comerciais menores que enfraqueceriam o balanço de pagamentos.

 

“O sentimento do investidor pode finalmente afetar os fluxos de capital, e os títulos soberanos de economias emergentes cujas moedas se enfraqueceram mais em relação ao dólar desde o final de 2019 incluem Brasil, Uruguai, África do Sul e Chile. Aqueles com os maiores requisitos de financiamento externo (incluindo dívida de curto prazo) em dólares em 2020 são Brasil, Índia, Turquia e Polônia”, alertou.