Bolsa bate recorde histórico e dólar desaba

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GABRIEL PONTE

No último pregão da semana antes do feriado de Finados, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), renovou sua máxima histórica de fechamento, ao alcançar os 88.419 pontos, com alta de 1,14%. Ao longo dia dia, porém, a Bolsa chegou a cravar os 89.017 pontos, refletindo toda a euforia dos investidores.

No acumulado da semana, o Ibovespa saltou 3%. Foi a quinta alta semanal consecutiva do índice. O desempenho positivo do pregão desta quinta-feira (01/11) decorreu, sobretudo, do anúncio, por parte do presidente eleito Jair Bolsonaro de que o juiz Sérgio Moro, figura central da Operação Lava-Jato, será o novo ministro da Justiça do governo, em um ministério ampliado.

Os investidores também estiveram atentos às declarações de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que disse ter tido “uma conversa muito boa” com o presidente chinês, Xi Jinping, e aos balanços trimestrais das empresas que compõem a carteira da Bovespa. Nesta quinta-feira, o Bradesco divulgou lucro líquido no terceiro trimestre deste ano, de R$ 5 bilhões. As ações preferenciais do banco estiveram entre as mais negociadas no dia, com forte valorização de 5,71%.

Seguindo o comportamento favorável da Bolsa de Valores, o dólar encerrou a quinta-feira negociado a R$ 3,695 para venda, com queda de 0,78%, e abaixo do suporte dos R$ 3,70. Na estimativa do economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, é possível que o dólar caia até R$ 3,50 ou R$ 3,40 se o governo de Bolsonaro conseguir aprovar a reforma da Previdência Social.

Os analistas também estão revendo a projeções para a taxa básica de juros (Selic), que foi mantida em 6,50% ao ano pelo Banco Central. Segundo André Perfeito, da Corretora Spinelli, a alta da Selic em 2019 será menor do que a projetada. Em vez de 8%, a taxa irá para 7%, acredita ele, por causa da inflação sob controle e da fragilidade da economia — a produção industrial não para de cair.

Brasília, 18h01min

Vicente Nunes