Bolsa acumula quedas de 4,5%, na semana, e de 6,6%, em maio

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ROSANA HESSEL

O aumento da desconfiança do mercado em relação ao governo de Jair Bolsonaro castigou os ativos da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e derreteu o real que rompeu a barreira de R$ 4,10 frente ao dólar. Em uma semana tumultuada tanto internamente quanto no exterior, o Índice Bovespa (Ibovespa) fechou em queda de 0,04%, nesta sexta-feira (17/05), chegando a 89.993 pontos. No mês, a desvalorização acumulada do principal indicador da B3 está em 6,6%.

O dólar subiu novamente e fechou em R$ 4,100 para a venda, registrando alta de 1,56% sobre a cotação da véspera. Ao contrário de ontem, o cenário externo não ajudou a minimizar as perdas no câmbio, porque apresentou mais turbulências. Como a divisa norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 4,11 na tarde de hoje, o Banco Central anunciou no início da noite a antecipação da rolagem de contratos que venceriam em 4 de junho na semana que vem.  Ao todo, a atuação do BC no mercado envolve a recompra de US$ 3,75 bilhões, sendo que o volume diário de contratos entre segunda-feira (20) e quarta-feira (22) é de US$ 1,25 bilhão.

“A semana não foi boa para o mercado financeiro. Começou com notícias ruins da retomada da guerra comercial envolvendo a China e os Estados Unidos, que piorou o cenário externo. No mercado doméstico, o que podemos resumir as notícias negativas é que ficou muito clara a falta de articulação política por parte do governo e isso se refletiu não apenas na bolsa como também no câmbio e nos juros futuros”, destacou Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos. Ele lembrou que os contratos futuros de curto prazo dos juros DI seguiram em alta pelo terceiro dia consecutivo. “O mercado está bastante apreensivo”, destacou.

Na avaliação de Salomão, o relatório do Eurasia Group, divulgado hoje elevando as chances de aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano de 70% para 80%, ajudou a minimizar a perda da B3, que chegou a subir levemente ao longo do dia, mas acabou fechando no vermelho.

Vicente Nunes