Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo

Bolsa abre pregão no azul, mas ações de Petrobras andam de lado

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Após operar, ontem, no vermelho embalada pelo mau humor do mercado com a troca de comando tumultuada da Petrobras, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) iniciou o pregão desta quinta-feira (16/5) no azul tentando respirar um pouco e aproveitando uma perspectiva melhor para o mercado de ações nos Estados Unidos.

 

“Saíram alguns indicadores de moradias nos Estados Unidos mais fracos, do que o esperado pelo mercado. Como moradia é o principal fator de pressão na inflação norte-americana, mercado celebra. Acreditando em mais cortes de juros. A curva de juros está em queda, aliviando a Bolsa”, explicou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Ele reconheceu que esse movimento positivo da B3 é reflexo externo e não interno. “O Banco Central brasileiro aqui vai ficar cada vez mais dependente do banco central norte-americano”, explicou.

 

Nos primeiros minutos do pregão, o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, subia 0,54%, a 123.718 pontos, mas os ganhos foram diminuindo com o passar dos minutos. Ás 10h30, avançava 0,34%, a 128.464 pontos. Enquanto isso, as ações da Petrobras andavam de lado, com variações positivas próximas de zero, tanto as ordinárias, com direito a voto, quanto as preferenciais, sem direito a voto mas prioridade no recebimento de dividendos. Ontem, o valor de mercado da companhia encolheu R$ 34 bilhões, o equivalente a uma empresa do porte da Hapvida, de acordo dados da com a consultoria Elos Ayta.

 

De acordo com a assessoria da estatal, a indicação da engenheira Magda Chambriard para a presidência da companhia e membro do Conselho de Administração, passará pelos processos de governança da estatal, mas não precisou quando isso deverá ser concluído. A expectativa é a eleição pelo Conselho ocorra em, no máximo, 30 dias, porque não há a necessidade de convocação de uma Assembleia Geral dos acionistas.

 

“A indicação passará pela análise das áreas de integridade e de recursos humanos da Petrobras para, em seguida, ser submetida à avaliação do Comitê de Pessoas (COPE) do Conselho de Administração, processo que em geral leva até 15 dias. Uma vez concluída a avaliação do COPE, o Conselho de Administração, por força da Lei 6.404/76, artigo 150 c/c parte final do §3º do artigo 141 da mesma Lei, bem como por força do Estatuto Social da companhia, artigo 25, apreciará a nomeação da indicada para o cargo de Conselheira de Administração da Petrobras”, destacou a nota da empresa.

 

“Uma vez nomeada, a indicada servirá no Conselho até a primeira Assembleia Geral que vier a ocorrer – neste momento, sem previsão de Assembleia antes disso, até a Assembleia Geral Ordinária de 2025.  Na mesma reunião que apreciar a nomeação da Sra. Magda Chambriard como membro do Conselho de Administração, o Conselho também irá apreciar sua eleição como Presidente da Petrobras, ato de competência do Conselho de Administração nos termos do artigo 142, II, da Lei 6.404/76; e dos artigos 20 e 30, V, do Estatuto Social da companhia, não sendo necessária a convocação de Assembleia de Acionistas para esse fim”, finalizou a nota.

 

A conferir o comportamento dos papeis da estatal ao longo do dia. “Imagino que só alguma declaração mais forte sobre os investimentos pode mudar o cenário. Por enquanto, há muitas incertezas”, alertou Cruz.