O Neon surgiu em 2016 de uma parceria entre a startup Contro.ly e o Banco Pottencial, que vinha apresentando problemas havia tempos, com suspeitas de irregularidades, prejuízos e patrimônio negativo. Como informa o Banco Central, a liquidação do Neon foi decretada “considerando as graves violações às normas legais e regulamentares que disciplinam a atividade da instituição financeira, bem como o comprometimento da situação econômico-financeira”. Em 2017, os prejuízos somaram R$ 2,7 milhões.
Para o consultor José Luiz Rodrigues, especialista em sistema financeiro, na ânsia de encontrarem um parceiro tradicional do sistema, os fundadores da starup Contro.ly acabaram fazendo a escolha errada. O sistema de pagamentos criado por um grupo de jovens, liderados por Pedro Conrade, funciona muito bem e deve ser preservado pelo Banco Central.
“Foi uma escolha errada de jovens inexperientes, mas muito criativos”, diz Rodrigues. A tendência, segundo ele, é a de que a Neon Pagamentos, que centraliza as contas digitais e os cartões pré-pagos, seja repassada adiante. “O BC não deixará esse negócio ser contaminado pelas irregularidades do banco tradicionais, que já estava com problemas antes da fusão”, explica.
A liquidação extrajudicial é uma medida extrema tomada pelo BC a fim de evitar que os problemas de um único banco se espalhe por todo o sistema financeiro. Também é uma forma de garantir o máximo de ressarcimento possível de credores. O BC informa que, com a intervenção no Banco Neo, ficam indisponíveis os bens dos controladores e ex-administradores.
O BC informa ainda que os investimentos cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) deverão ser restituídos conforme a legislação. Os demais credores serão informados pelo liquidante do Banco Neon a respeito das providências a serem tomadas para a habilitação de seus créditos. O Neon detém 600 mil usuários de seus produtos, 190 funcionários e responde por 0,0038% dos ativos do sistema bancário (R$ 261,7 milhões).