Diante das loucuras cometidas pelo presidente, que tumultua o quadro político ao atacar o poder Judiciário, e da obsessão pela reeleição, ao exigir aventuras fiscais para garantir um Bolsa Família maior, o Banco Central precisa controlar as expectativas dos agentes econômicos.
Nesse cenário turbulento, as estimativas de inflação estão disparando, encostando nos 7% para este ano, ou seja, quase o dobro do centro da meta perseguida pelo BC, de 3,75%, e avançando para 4% em 2022, também acima da meta (3,5%).
O comportamento belicoso de Bolsonaro empurra o dólar para cima, uma pressão a mais sobre os índices de preços, que já vêm sofrendo com a carestia dos alimentos, dos combustíveis e da energia elétrica. Portanto, como o presidente não está disposto a dar trégua no seus ataques, o Copom terá de agir para não perder o controle da situação.
É o preço a se pagar: crédito mais caro para as empresas e os consumidores, investimentos menores no aumento da produção e consumo travado. Mas, para Bolsonaro, isso não importa. O que interessa mesmo para ele é a volta do voto impresso, isto é, do coronelismo e das fraudes nas eleições.
Brasília, 11h31min