POR ANTONIO TEMÓTEO
De maneira sutil, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Reinaldo Le Grazie, enviou alguns recados para a indústria de meios de pagamentos eletrônicos durante evento realizado em São Paulo.
Segundo ele, os cartões de pagamentos suprem bem as necessidades da sociedade brasileira em transações de varejo, no dia a dia, de valores mais baixos. “Entretanto, no caso de operações mais caras, como na compra de um veículo, o modelo de precificação, baseado em um percentual sobre o valor da transação, interfere na receptividade do cartão como meio de pagamento pelo comerciante”, afirmou durante o 11º Congresso de Meios de Eletrônicos de Pagamento (Cmep).
Na prática, ele cobrou que as empresas de meios de pagamentos cobrem taxas menores dos lojistas nesse tipo de operação. Ele relembrou que o custo liquidação de um cheque, por exemplo, independe do valor da transação. “Ao menos para os cartões de débito, que têm prazo de pagamento curto, essa questão merece ser revista”, cobrou Le Grazie.
O diretor do BC ainda ressaltou que o uso dos cartões na concessão de crédito é algo ainda “escasso e caro no Brasil”. Para ele, há espaço para a ampliação da oferta de crédito por meio de cartões, diante da conveniência e a ampla presença do instrumento na economia. “Isso deve ocorrer desde que utilizado de forma prudente e a um custo mais adequado”, alertou
*O repórter viajou a convite da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)