ANTONIO TEMÓTEO
Diante do derretimento do dólar, cujos preços caem há sete dias seguidos, o Banco Central decidiu ampliar a intervenção no mercado de câmbio. Agora, em vez de 10 mil contratos de swap reverso (espécie de compra da moeda norte-americana no mercado futuro), o BC atuará com 15 mil contratos. As operações passarão de US$ 500 milhões para U$ 750 milhões.
O dólar caminha rapidamente para os R$ 3, o que pode criar problemas para os exportadores, que veem perda de competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. A moeda norte-americana encerrou os negócios de hoje cotada a R$ 3,132 para venda, com queda de 0,28%. A divisa está no menor nível desde 13 de julho de 2015.
Dentro do governo, os técnicos já veem o dólar cotado abaixo de R$ 3 antes da efetivação do impeachment definitivo de Dilma Rousseff, que deve ocorrer no fim deste mês. À medida que a vitória do presidente interino vai se consolidando, os investidores estrangeiros tendem a despejar mais recursos no país.
Além da efetivação de Temer no poder, os estrangeiros estão dispostos a tirar proveito das elevadas taxas de juros. A Selic, usada como referência pelo mercado, está em 14,25% ao ano. Não há, no mundo, nada parecido. Na maioria dos países desenvolvidos, as taxas estão negativas.
Assim, uma das formas de o BC tentar conter a valorização do real ante o dólar seria reduzir os juros. Mas os especialistas acreditam que isso só ocorrerá a partir de outubro, quando a autoridade monetária terá mais certeza do controle da inflação.
Brasília, 18h08min