POR ANTONIO TEMÓTEO
A gestão de Ilan Goldfajn à frente do Banco Central (BC) resolveu trazer mais uma inovação. O tradicional cenário de referência, que sempre foi a principal projeção divulgada pela casa e uma das grandes marcas do sistema de metas para inflação, foi defenestrado do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Em um ambiente de queda de inflação, profunda recessão e de aumento das pressões para que a autoridade monetária corte os juros em mais de um ponto percentual, o diretor de Política Econômica, Carlos Viana, foi incumbido de apresentar ao mercado uma nova projeção que corrobora com suas teses.
O cenário de referência apontava uma inflação de 3,8% quando o BC cortava os juros timidamente e era pressionado para acelerar o ritmo de flexibilização da política monetária. Agora, o novo cenário, batizado por Viana de juros e câmbio da pesquisa Focus, favorece as decisões tomadas pelo BC.
Segundo Viana, o cenário de referência trazia ruídos para a comunicação do BC. Entretanto, em um eventual processo de alta de juros, o antigo cenário de referência voltará a ser o mais adequado para avaliação da política monetária.