Bares e restaurantes do DF já demitiram quase 3 mil trabalhadores

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RAFAELA GONÇALVES

O setor de serviços já sente os impactos da crise econômica pelo novo coronavírus no Distrito Federal. Segundo informações do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), desde o início da quarentena já foram dispensados aproximadamente 2.850 empregados, incluindo aqueles que estavam em contrato de experiência. O governador Ibaneis Rocha decretou o fechamento de instituições públicas e privadas, shoppings, bares, restaurantes e outros serviços até o dia 5 de abril, na tentativa de conter a pandemia.

Segundo o presidente da entidade, Jael Antônio da Silva, existe a estimativa de que até esta quarta-feira (25/03) o número de demissões se multiplique chegando a 4 mil. Por isso, ele cobra iniciativas do governo Distrital. “Precisamos de alento, perceber que o governo local está preocupado. Até o momento tivemos decisões a nível federal relativas ao fundo de Garantia (FGTS). Já nos antecipamos na nossa convenção coletiva de trabalho, assinada em conjunto com o Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares do Distrito Federal. Previmos a antecipação das férias, possibilidade de colocar em férias sem necessidade aviso prévio, parcelamento”, disse. Ainda assim, as medidas não são suficientes para impedir o segmento de afundar.

Apoio do BRB

O Banco de Brasília (BRB) anunciou a liberação até R$ 1 bilhão em crédito orientado para empresas, de todos os portes, afetadas pelos impactos econômicos do coronavírus. Para o sindicato a medida não é suficiente, já que 90% dos estabelecimentos são micro e pequenas empresas, grande parte concentrada nas cidades satélites. “Essa medida é um feito, mas precisamos saber também a capacidade desse pequeno empresário de pegar esse dinheiro, se estão negativados, pois todos estão bem comprometidos”, afirmou Silva.

O setor pede socorro. “Estamos aguardando para ontem uma medida provisória que contemple o nosso segmento, seja com a suspensão do pagamento de energia, como está sendo feito em outros estados, com abono salarial, salário-desemprego, algo que possa dar alívio aos trabalhadores e os empresários que não terão receita para sobreviver a essa crise”, acrescentou o presidente do Sindhobar.

Brasília, 16h23min

Vicente Nunes