As leituras são muitas entre os banqueiros. Para eles, como a saída de Novaes da presidência do BB vinha sendo negociada desde junho, conforme o próprio executivo anunciou, era mais do que natural que Guedes já tivesse um nome para o comando da maior instituição financeira pública. Ou seja, não houve surpresa para o ministro na renúncia de Novaes anunciada há uma semana (24 de julho).
Como referência, citam o caso de Mansueto Almeida, que deixou, de forma negociada, a Secretaria do Tesouro Nacional e, no mesmo dia, foi anunciado o nome de seu sucessor justamente para sinalizar a continuidade no manejo das contas públicas. Segundo os banqueiros, seria importante que, no caso de Novaes, também com a saída já aventada, Guedes já tivesse um sucessor nas mangas.
Embates políticos pelo comando do BB
Para os banqueiros, ante a demora para a escolha do presidente do Banco do Brasil, deve-se questionar: cadê a força de Guedes no mercado? Esperava-se que, diante de um convite do ministro, muitos se colocassem à disposição para ajudá-lo. Mas a impressão que se tem é a de que está havendo negativas. E isso está abrindo embates políticos pelo comando do BB no Planalto sem que o presidente Jair Bolsonaro faça uma intervenção.
Os mesmos banqueiros reconhecem que, se tivesse optado logo por uma solução caseira, puxando para a presidência um dos vice-presidentes do BB, além de ter excelentes nomes, Guedes não estaria passando por questionamentos sobre a dificuldade em encontrar o substituto de Rubem Novaes.
Um dos banqueiros ressalta que, num governo que tem um ministro interino no meio da mais grave pandemia em 100 anos, muitos podem achar natural a demora para a nomeação do novo presidente do Banco do Brasil. Mas quem acompanha esse tema de perto acredita que há algo muito estranho no ar.
Brasília, 21h34min