A Bolsa de Valores de São Paulo (B3), deve perder o monopólio do registro de títulos privados no país, que movimenta cifras bilionárias. Os bancos de médio porte, reunidos na Associação Brasileira de Bancos (ABBC), preparam o lançamento da sua Câmara de Registro.
Com a competição, o mercado estima uma queda expressiva das tarifas. Por enquanto, o plano de negócios é tratado com muita discrição pela banca. Mas o Banco Central já foi informado dessa intenção. Competição, desde que regulamentada, é sempre bem-vinda, na avaliação da autoridade monetária.
Não será, porém, um processo rápido e fácil. Além dos entraves criados pela Bovespa (B3), será preciso cumprir, rigorosamente, todas as exigências impostas pelo BC. Estima-se, portanto, que a aprovação da Câmara de Registro demore, no mínimo, um ano.
Quem acompanha o movimento da ABBC de perto diz que se trata de um processo complexo. A associação terá que dizer ao BC se será apenas uma Câmara de Registro de títulos ou se fará também a liquidação de operações. Quanto mais amplas forem as atividades, maiores serão as garantias exigidas pela autoridade monetária.
Será preciso, ainda, uma grande adesão dos bancos para que a futura Câmara deslanche. A ABBC acredita que isso não será problema, pois há um desejo latente da instituições de menor porte de reduzirem custos operacionais, o que o monopólio da Bolsa de São Paulo não permite.
Brasília, 19h35min