CBPILU100820151160PIB Foto: Kleber Sales/CB/D.A Press

Banco Mundial melhora previsão do PIB brasileiro de 2022 e prevê desaceleração em 2023

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

O Banco Mundial acaba de revisar as perspectivas de crescimento para os países da América Latina e, apesar de melhorar as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de 1,5% para 2,5%, manteve em 0,8% a previsão de expansão do PIB no ano que vem. 

 

As projeções do Banco Mundial para o crescimento do PIB da América Latina e do Caribe passaram de 2,5%, em junho, para 3%, em outubro. O banco ainda reduziu de 1,9% para 1,6% a taxa de expansão do PIB da região no ano que vem.  As novas estimativas foram divulgadas nesta terça-feira (4/10), antecipando o encontro anual de outono (no Hemisfério Norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que ocorrem entre os dias 10 e 16 deste mês, em Washington.

 

Mesmo com a melhora nas projeções de crescimento do PIB brasileiro, o crescimento do país é um dos menores da região. O Brasil crescerá menos até que a Argentina, cujas estimativas de expansão do PIB deste ano foram mantidas em 4,2%, neste ano, e passaram de 2,5% para 2%, no ano que vem. 

 

México e Chile são um dos poucos países latinos que devem crescer menos do que o Brasil, com variações de 1,8% neste ano. Para 2023, o Banco Mundial prevê queda de 0,5% no PIB chileno e avanço de 1,5% no PIB mexicano.

 

As novas projeções fazem parte de um novo relatório do Banco Mundial divulgado, nesta terça-feira (4/10), que aponta o equilíbrio fiscal como um dos principais impulsionadores do crescimento regional em um mundo pós-covid. O documento “Novas abordagens para resolver o deficit fiscal” defende como medidas, além de arrecadar novas receitas e fazer a reforma tributária, o organismo multilateral recomenda que as economias da região busquem a eficiência do gasto público e faz um alerta sobre os cortes de investimento público muito drásticos. O texto lembra que 40% dos ajustes fiscais na América Latina foram feitos em cima dessa rubrica, que tem efeitos positivos de curto prazo e nocivos a longo prazo. 

 

“Assim como acontece com os impostos, os efeitos dos gastos públicos sobre o crescimento são extremamente não-lineares. Além disso, a América Latina e Caribe já apresenta taxas muito baixas de investimento público – cerca de metade das taxas no Leste Asiático e Pacífico e África Subsaariana. Por isso, novos cortes podem ter impactos negativos consideráveis”, destacou o documento. 

 

Uma das sugestões rumo à maior eficiência do gasto público seria reduzir em média 4,4% do PIB, ou 17% dos gastos públicos, decorrentes de transferências mal direcionadas, como compras ruins e políticas de recursos humanos ineficientes. “Em cerca da metade dos países da região, eliminar essas ineficiências mais do que compensaria os deficits fiscais atuais, e, nos demais, seria um grande passo na direção certa.