Desde que tomou posse na presidência do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro tem procurado transmitir tranquilidade aos funcionários da instituição. Muitos, por sinal, estão surpresos com a capacidade do executivo de agregação. Quem participou das conversas com ele garante que o BB voltará a ser o que era antes de ser comandado pelos liberais.
A orientação que vem sendo passada por Ribeiro é a de que o Banco do Brasil continuará com seu compromisso de manter a rentabilidade e dar lucro, princípios de mercado, mas conjugará com essa missão o seu lado público, apoiando medidas que sejam de interesse do governo e da instituição.
Um caso que ilustra o retorno do Banco do Brasil às origens é um projeto do Ministério das Comunicações que prevê a instalação de wi-fi gratuito em várias cidades do país. O BB tem interesse em financiar esse projeto pois, com acesso à internet, os clientes podem movimentar suas contas sem precisarem ir às agências. É o banco digital se expandindo.
BB no Palácio do Planalto
“Daqui por diante, não teremos mais o Banco do Brasil pensado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo ex-presidente da instituição Rubem Novaes. A página virou com Fausto Ribeiro”, diz um integrante do BB. “Vamos ver, por exemplo, o presidente do banco participando como protagonista de cerimônias no Palácio do Planalto, coisa que não se viu nos últimos dois anos”, acrescenta.
Nada, porém, será feito com truculência, muito pelo contrário, pois os funcionários do Banco do Brasil apoiam a volta às origens. “A ruptura que estamos vendo é com a gestão liberal de Guedes, de privatização do BB. Vamos ter um banco lucrativo para seus acionistas, mas, também, com visão social”, acrescenta outro importante funcionário da instituição.
A posição de Ribeiro tem todo o apoio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro já deixou claro que não queria um “outro André Brandão”, que renunciou à presidência do Banco do Brasil, comandando a maior instituição financeira pública do país.
Brasília, 18h14min