O Conselho de Administração do Banco do Brasil tomou uma atitude inédita: demitiu, por justa causa, dois executivos da área de auditoria e cortou as comissões de cinco gerentes por suspeitas de fraudes. O comitê do qual eles faziam parte foi dissolvido. Será recriado com outras pessoas.
Os executivos demitidos são Aureli Carlos Balestrini e Aléxander Alves Pires. Eles e os outros cinco que perderam as comissões são acusados de favorecer uma pessoa da área de auditoria num processo de desligamento voluntário proposto pelo banco. Essa pessoa não reunia todas as condições para receber os benefícios propostos pelo banco.
Como todos os integrantes do comitê de auditoria avalizaram o desligamento suspeito, a ordem do Conselho de Administração foi a de punição geral. A decisão, considerada radical pelos funcionários do Banco do Brasil, foi tomada na sexta-feira (14/08).
O processo, no entanto, foi aberto no ano passado. O BB assegura que foi dado prazo suficiente para que todos se defendessem. Mas os argumentos apresentados não convenceram o comando da instituição.
Demitidos devem recorrer à Justiça
A perspectiva é de que tanto Balestrini, que foi auditor-geral do BB, quanto Pires recorram à Justiça para reverter a demissão por justa causa. Eles devem, inclusive, pedir indenizações por danos morais.
Para o Conselho de Administração do BB, foi inaceitável que integrantes do comitê que deveria dar exemplo, fazer cumprir as regras e evitar fraudes tenha recorrido a ilegalidades para beneficiar uma pessoa próxima.
O clima no Banco do Brasil está péssimo. Não fala em outra coisa dentro do prédio-sede da instituição.
Brasília, 16h25min