MARINA BARBOSA
Diante da grande deterioração dos mercados mundiais, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estado Unidos, está fazendo uma ação coordenada com BCs de nove países para a troca de reservas internacionais. No acordo, ficou acertado que o Fed socorrerá o BC brasileiro com US$ 60 bilhões. Os recursos estarão disponíveis por seis meses.
Desde que o mundo começou a desabar por causa da pandemia do novo coronavírus, o dólar disparou no Brasil e está sendo negociado acima de R$ 5, apesar de todas a vendas de reservas internacionais feitas pelo BC. Para não continuar queimando o seguro contra crises, o Banco Central do Brasil poderá intervir com os dólares cedidos pelo Fed.
No total, o acordo de troca de reservas, ou swaps, entre o Federal Reserve e os demais BCs envolverá US$ 450 bilhões. Pelo sistema, o BC brasileiro fará uma compra de dólares com compromisso de vendê-los para o Fed posteriormente. Nesse período, pagará juros à instituição norte-americana.
Ao recorrerem a esse instrumento, os bancos centrais criam condições para que, em momentos de escassez de dólares, possam recorrer aos recursos ofertados pelo Fed a fim de intervir no mercado e abastecer a demanda. Neste ano, o dólar já subiu quase 30% no país.
Arsenal
Além do BC brasileiro, fazem parte do acordo com o Fed as autoridades monetárias da Austrália, da Coreia do Sul, do México, de Cingapura e da Suécia, que também terão linhas disponíveis de US$ 60 bilhões cada. Já os BCs da Noruega, da Dinamarca e da Nova Zelândia terão acesso a US$ 30 bilhões.
Esse tipo de socorro do Fed não é novidade. A última vez que o Brasil recorreu a ele foi na crise de 2008, ano do estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. Mas não houve necessidade de usar os recursos disponibilizados pelo BC dos EUA. Segundo especialistas, porém, o momento é mais dramático do que o visto 11 anos atrás.
Brasília, 11h01min