Banco Central anuncia injeção de R$ 16,1 bilhões na economia

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HAMILTON FERRARI

O Banco Central (BC) dar um incentivo para a economia. Após admitir que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo semestre pode andar de lado — estagnado —, a autoridade monetária adotou uma medida para injetar R$ 16,1 bilhões na economia.

A quantia será disponibilizada para o sistema financeiro, ou seja, os bancos. O BC mudou regras no depósito compulsórios, que são recolhimentos feitos pelos bancos ao BC, como um instrumento para influenciar a quantidade de moeda no mercado.

O depósito influencia o volume de crédito disponível e também pode, em tese, interferir positivamente nos juros cobrados pelas instituições. Na prática, há mais recursos para os bancos ofertarem aos consumidores e empresas.

“O Banco Central decidiu reduzir a alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo em dois pontos percentuais, de 33% para 31%. A alteração aproxima mais a alíquota dessa modalidade de recolhimento aos níveis históricos praticados nos anos anteriores à crise de 2008. A mudança implicará redução no recolhimento da ordem de R$ 16,1 bilhões”, informou a autoridade monetária.

A mudança entrar em vigor no dia 1º de julho, com efeitos financeiros a partir do dia 15 de julho. O BC havia sido pressionado para reduzir a taxa básica Selic para estimular a economia. Os juros estão em 6,5% ao ano desde março de 2018, mas não têm surtido mais efeito na atividade econômica.

Tanto é que o país deve ficar próximo da estabilidade pelo terceiro trimestre consecutivo ao término de julho. De janeiro a março, o PIB encolheu 0,2%. Um novo resultado no vermelho pode levar o país para uma recessão técnica.

O BC sinalizou que pode reduzir a Selic, mas comunicou, em ata do último Comitê de Política Monetária (Copom), que a reforma da Previdência é “preponderante” para o afrouxamento monetário. O tema ainda é discutido na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.

Para reduzir a pressão sobre o corte de juros, o BC decidiu aumentar o volume de recursos disponíveis para o mercado de crédito. A autoridade monetária avalia que a medida é mais eficaz para estimular o consumo. Tanto é que, recentemente, já havia anunciado outra injeção de R$ 8,2 bilhões na economia.

Há um temor, porém, de que os bancos, em vez de direcionarem os R$ 16,1 bilhões para o crédito, invistam em títulos públicos e engordem os lucros.

Brasília, 18h39min

Vicente Nunes