Bancada do PR diz que não vota Previdência se não houver alívio a professores

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A bancada do PR, que conta com 38 deputados, fechou questão hoje em relação à reforma da Previdência. Segundo o vice-líder do partido, Marcelo Ramos (AM), o PR só aceitará discutir as propostas preparadas pela equipe econômica de Jair Bolsonaro se houver recuo em relação aos professores.

Na avaliação de Ramos, é importante que se mantenham as regras atuais para a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a aposentadoria de professores. “Não vamos aceitar nem o aumento do prazo de contribuição nem idade maior para a aposentadoria”, diz.

Na visão do parlamentar, os professores têm uma carga de trabalho muito pesada, estressante, com grande desgaste psicológico. “É preciso proteger, valorizar os servidores”, ressalta Ramos. “Não se trata de privilégio, mas de valorização de uma categoria que precisa ser prestigiada.”

Relação complicada

O deputado ressalta que a relação do Congresso com o governo está muito complicada. Tanto que boa parte da bancada do PR não deverá ir à reunião com o secretário Nacional de Previdência, Rogério Marinho. O encontro está marcado para às 15h30 desta terça-feira. Meia hora antes, o líder do PR, José Rocha (BA), dará uma entrevista coletiva para explicitar a posição do partido.

O vice-líder do PR diz que será o primeiro a boicotar Marinho, como uma resposta ao descaso do governo em relação a suas demandas. “Pedi encontro com quatro ministros. Nenhum deles me respondeu. Então, só falarei com Rogério Marinho depois que os ministros me receberem”, afirma.

O governo acredita que ainda pode votar a reforma da Previdência neste primeiro semestre. Mas, a depender do clima hoje no Congresso, dificilmente conseguirá conquistar os 308 votos necessários para aprovar as mudanças no regime previdenciário.

Brasília, 11h45min

Vicente Nunes