ROSANA HESSEL
A partir do próximo dia 8, as ações da Braskem deixarão de integrar a carteira de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), de acordo com comunicado da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), divulgado nesta terça-feira (5/12). a partir de 8 de dezembro de 2023.
Segundo a nota da B3, a participação da companhia originária de uma joint venture entre a Petrobras e a Odebrechet, “será redistribuída proporcionalmente aos demais ativos integrantes da carteira, e será efetuado o ajuste no redutor deste índice”.
“Em função da situação de emergência decretada pela Prefeitura de Maceió, envolvendo uma mina da Braskem, a B3 iniciou em 1/12/2023 o Plano de Resposta a Eventos ESG relacionados ao ISE B3, disponível em link da instituição. A decisão considerou os quatro pilares divulgados no Plano de Resposta: 1.O impacto ESG da Crise, 2. Gestão da Crise pela Companhia, 3. Impacto de imagem da crise na Companhia e 4. Resposta da companhia à crise”, informou a nota.
De acordo com a instituição, a decisão não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto na metodologia do ISE B3, item 5.3, que estabelece a exclusão de ativos que “durante a vigência da carteira se envolvam em incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3, conforme critérios estabelecidos na política de gestão de riscos do índice”.
O desastre ambiental provocado pelas minas da Braskem em Maceió, está deixando um rastro de destruição na capital alagoana, afetando mais de 60 mil pessoas no município. Na Alemanha, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou o empreendimento como “desastroso”.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, não demonstrou surpresa em relação à atitude da B3, apesar de não acompanhar as ações da Braskem de perto. “Acredito que o país inteiro está acompanhando a situação da empresa. A B3 precisava agir rápido”, disse Cruz, em entrevista ao Blog.
Procurada, a Braskem ainda não comentou o assunto.