Assembleia de Acionistas aprova privatização da CEB Distribuição

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Em assembleia realizada nesta quarta-feira, 19 de julho, acionistas da Companhia Energética de Brasília (CEB) aprovaram a privatização da CEB Distribuição, conforme fato relevante publicado pela empresa.

Com isso, o Governo do Distrito Federal ficará com, no máximo, 49% das ações da CEB Distribuição, que vem acumulando prejuízos e corre o risco de perder a concessão para distribuir energia aos brasilienses.

Todos os acionistas, incluindo os minoritários, votaram a favor da privatização da CEB Distribuição, com exceção de dois representantes dos empregados, que alegam não ser necessária a venda do controle acionário da empresa.

Pelo que foi dito na assembleia, a CEB Distribuição acumula dívidas de R$ 1,1 bilhão. Com a privatização, o sócio privado terá a obrigação de injetar recursos no caixa da companhia, como forma de cumprir os limites operacionais impostos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e, claro, recuperar a capacidade de investimentos da empresa.

Pelas determinações da Aneel, neste ano, a CEB Distribuição terá que receber aportes de R$ 426 milhões. Desse total, R$ 80 milhões serão injetados pelo grupo em junho. O restante, será aportado no segundo semestre. Sem esses recursos, a empresa deixará de descumprir as determinações da Aneel, que ameaçou retirar a concessão do Governo do Distrito Federal.

Modelo

A partir de agora, os controladores da CEB poderão contratar as instituições que farão a avaliação da companhia e tocarão um amplo processo de auditoria. Com os resultados em mãos, poderá ser definido o modelo de venda da empresa. Estima-se que os ativos da CEB (postes, redes integradas) estejam avaliados em R$ 900 milhões.

Antes da privatização, a CEB Distribuição terá que renegociar suas dívidas com bancos (R$ 270 milhões) e com debenturistas, além de repactuar os débitos com fornecedores de energia. A empresa também precisa refinanciar dívidas tributárias. A meta é reduzir o custo da dívida e alongar os prazos de pagamento.

A venda do controle da CEB Distribuição tem por objetivo modernizar a gestão, dar maior eficiência à prestação de serviços à população e reduzir custos. O modelo de venda deverá prever gestão compartilhada com o GDF, que terá 49% do capital.

Vicente Nunes