Se realmente quiser ter Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, na presidência do Banco Central em seu eventual governo, o vice-presidente da República, Michel Temer, terá que fazer um longo processo de convencimento.
Mesmo com vários dos assessores do vice dando como certa a nomeação de Ilan para o BC se o Senado acatar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o economista vem frisando a interlocutores que tem muitas dúvidas se realmente é o momento de voltar ao setor público. Ele já foi diretor da autoridade monetária na gestão de Armínio Fraga.
Ilan, como se sabe, está numa posição superprivilegiada no Itaú. É sócio da instituição e visto como referência dentro do banco. Ele considera muito arriscado abrir mão desta posição e de sua participação acionária, levando-se em conta que se trata de um governo transitório, que não se sabe ao certo qual será o prazo de duração. Ilan reconhece que é tentador assumir a presidência do BC, mas em condições melhores, sem tantos questionamentos.
Temer é muito amigo do presidente do Itaú, Roberto Setúbal. Talvez se sinta confortável para pedir ao banqueiro que convença Ilan a “dar uma cota do sacrifício”. Ilan é o candidato dos sonhos de Temer para o BC. Os próximos dias serão determinantes para que o martelo seja batido.
Brasília, 15h27min