Para Buamim, o globalismo cresceu muito nas últimas décadas, beneficiando amplamente o comércio mundial. Ele acredita que políticas unilaterais, com o desprezo aos acordos multilaterais e o foco no protecionismo, implicam em maiores taxas e menos negócios para o comércio, com impacto direto no desenvolvimento econômico das nações.
Outras preocupações de Buamim, compartilhada por lideres do 11º Congresso Mundial das Câmaras de Comércio, que acontece no Rio de Janeiro, são o impacto das mudanças climáticas sobre os negócios entre os países e a importância das pequenas e médias empresas na economia mundial, além, é claro, das ameaças das políticas nacionalistas.
“O aquecimento global, com o derretimento das geleiras polares, deve provocar mudança no nível dos mares e ameaçar os portos, que são fundamentais na infraestrutura de transporte de produtos. A agricultura corre risco em vários países, com o aumento das secas e a escassez de água”, diz Buamim. Ele acrescenta: “A pesca também está ameaçada, devido à destruição da biodiversidade marinha. A situação é preocupante e requer uma ação conjunta de todos os setores de todos os países para conter essa ameaça. Precisamos partir imediatamente para uma economia de baixo carbono”.
Dificuldades
Quando à falta de políticas nacionais e internacionais de valorização das micro, pequenas e médias empresas, o presidente da Dubai Chamber ressalta: “Essas empresas têm muitas dificuldades de participar do comércio internacional, e quanto menor a empresa, mais difícil é para ela. E muitas delas estão atuando ativamente na nova revolução digital, são inovadoras e disruptivas”.
Buamim resssalta que, hoje, as MPMEs já representam 95% das empresas e respondem por 60% dos empregos. “E grande parte é gerida por mulheres empresárias, o que reforça a necessidade de políticas inclusivas para esse setor. Precisamos de iniciativas globais integradas para facilitar o acesso das MPMEs às oportunidades do comércio internacional”.
Buamim, um dos principais executivos de Dubai, acrescenta que a ICC-WCF está apoiando a iniciativa da Organização Mundial do Comércio (OMC) para simplificar e baratear o acesso dessas empresas aos negócios com países de todo o mundo. A Dubai Chamber é um órgão semigovernamental, que reúne 231 mil membros e 10 escritórios internacionais, um deles, em São Paulo, desde 2017.