Artigo: Os aristocratas e o plebeu

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Por LUIZ RECENA GRASSI, de Portugal

Sim, palavras — e muitas. E, agora, com a disposição dos ingleses, aumenta o quórum de apoio ao plebeu eslavo. Houve, também, uma reunião da União Europeia, dando novas forças a Kiev. Quem apareceu mais do que os outros foi um súdito da realeza britânica, o primeiro-ministro, Rishi Sunak. Sem força política até dentro do seu partido, sem o cinismo demagógico de seu antecessor Boris Johnson, ele aproveitou todas as chances de promessas e palavras.

Refez os fogões ingleses e aqueceu o quadro do conflito. Primeiro, a repetição do envio de tanques à Ucrânia, que, até agora, não saiu. Em seguida, promessa de aviões de caça. Nenhuma delas, por enquanto, apareceu para a briga, para o conflito. Boris ficou a ver navios. As promessas mudaram o rumo: passaram a mais treinamento de soldados ucranianos e revisão da situação dos aviões ingleses que irão combater contra a Rússia.

Ainda não se sabe quando vão para Kiev. Nem se chegarão lá. Os ingleses não fazem parte da União Europeia, nem da Organização do Tratado ao Atlântico Norte (Otan). Os apoios ficam para o reforço dos Estados Unidos. E sabem o que reserva a Rússia a eles se se meterem na confusão. Aí moram os maiores perigos e promessas — ajuda financeira assim que possível.

De qualquer forma, o primeiro-ministro inglês é a estrela da semana, dominando a reunião dele e a da Bélgica. Quanto às promessas, até o momento, não passaram disso. Com direito a bandeiras de Kiev e presença de Volodimir Zelenski na reunião do Parlamento inglês, igualmente fazendo promessas: a Ucrânia vai vencer essa guerra. Quando, como, onde e em que condições, não se sabe, por enquanto. Mas é tudo pouco provável.

Novamente, os ucranianos querem armas, muitas armas. E, mais do que isso, apoio bélico. Do lado de Vladimir Putin, o conflito continua a bombardear e a destruir Kiev. Nos últimos dias, 50 novos carros de combate russos atiraram nos ucranianos e usaram fogo pesado nas tropas de Zelenski. Na questão de petróleo gás, a Rússia reduziu a produção em cerca de 500 mil barris/dia para enfraquecer a musculatura da Ucrânia. Os ucranianos não mediram esforços para manter as posições. Ficaram quietos.

Tragédias em outras partes do mundo dividiram esforços mundiais e pedidos de Zelenski perderam a força midiática. Assim, seguem as novas atrações e momentos de outros países. Na outra ponta, no campo de batalha, há avanços em novas e antigas cidades, do Dombass, do Dniepr, Zaporijnia, numa Rússia que continua a ter como destruir bens de raiz novos e novos bens de raiz.

O CORREIO SABE PORQUE VIU

Estava lá. No verão de Moscou, tudo é animado. Muito animado. A começar pelas ruas novas e velhas. Frequentar uma ou outra na vida moscovita marcava as possibilidades mais fortes nestes dias de muito calor. Mas, de toda forma, certas etnias faziam grande diferença para o bem ou para o mal. Principalmente para o mal.

O principal exemplo era a questão da qualidade, basicamente, os grupos de ciganos estabelecidos na capital russa. Esses apresentavam suas cartas e metiam medo a outras etnias. O que deixava mal grupos de não ciganos em razão, principalmente, do hábito de roubar os outros.

Além do convívio com os amigos do alheio, os ciganos eram famosos por enganar os moscovitas. Eles tinham também a capacidade de fazer festas e, nessas misturas, as linhas de maldade. Isso fazia com que não fossem queridos de ninguém.

Por tudo isso, terminavam mal as reuniões de ciganos e seus maus hábitos. Nessas condições, acabavam os dramas mais duros dos verões da capital dos moscovitas. Certos momentos no primeiro verão em Moscou, bem assustados, pequenos brasileiros pediram trégua e até chamaram a polícia, que não apareceu. A polícia, além de muito ocupada, conhecia no atacado os ciganos da cidade.

Vicente Nunes