ARTIGO: O aniversário da guerra

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Por LUIZ RECENA GRASSI

No dia 24 de fevereiro de 2022, Vladimir Putin invadiu a Ucrânia. Há um ano, portanto, começou um jogo entre ataques da Rússia e defesas da Ucrânia, no campo de batalha e no front político. Um tempo em que tudo começou, com algumas mentiras: os russos ganhariam a guerra com muita rapidez, pois tinham poderio ofensivo maior.

Queriam dar uma demonstração aos europeus da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aos ucranianos. Os ucranianos vão resistir e não dar espaço aos atacantes. Tinham armas, menos que o outro lado, mas o suficiente para reagir. E, desde o segundo dia de guerra, só se fala em paz mas nem um gesto é feito nessa linha. Nem para maiores ataques, nem para maiores defesas.

A guerra se arrastou e, durante meses, manteve-se rigorosamente empatada, equilibrada. Até chegar o general Inverno, que soprou para os dois lados, mas só que aí a diferença de dinheiro e armas fizeram a parte principal do desequilíbrio. A favor da Rússia. Os americanos reagiram mais rápido, os europeus demoraram um tempo até hoje incalculável.

O conflito fez correr rios de dinheiro e essa corrente continuou. Só para dar uma cor diferente, jogou-se dinheiro nos caixas e nas mesas de jogo. Correu também muito sangue e muitas medalhas foram conferidas. Além de Putin, um novo personagem apareceu, entretanto: Volodomir Zelenski, o novo querido da mídia ocidental, o mais popular e singular personagem do conflito. Do lado dos europeus, do lado dos yanques, dos representantes da Otan. E praticamente quase a unanimidade entre os países euro centristas. Todos apoiando Zelenski.

O nome da história, porém, é o de Joe Biden, que registrou o primeiro ano de guerra com uma visita a Kiev. Visita surpresa, com 475 milhões dólares, remessas de armas e munições, apoio de outros países, do rei da Inglaterra, e novos treinamentos patrocinados por Polônia, Alemanha, Dinamarca e outros, segundo a capacidade de jogo de cada um. Os mais poderosos não tem muito a dar, os menos ricos não tem quase nada. E quem tem prefere receber algum dinheiro e guardá-lo.

Afinal, vários líderes europeus com apoio Otan e americanos, com poder bélico de verdade, mas sem querer repartir avisam que essa guerra vai durar mais um pouco. Entretanto, vai correr muito mais sangue nos campos eslavos, sem que se faça nenhum gesto em favor do quadro que precisa ser mudado. Nada em nome da paz.

Vicente Nunes