Arrecadação cresce 1,3% em agosto e registra maior volume desde 2014

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ROSANA HESSEL

A arrecadação do governo federal registrou alta real (descontada a inflação) de 1,3%  no mês de agosto, na comparação com o mesmo período de 2019, somando R$ 124,5 bilhões, conforme dados divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (01/10).  É o maior montante para o mês desde 2014, quando o Fisco arrecadou R$ 127,4 bilhões, marcando a retomada do pagamento de impostos que estavam previstos para abril.

Em relação à julho, o volume arrecadado em agosto cresceu 7,1%, em termos reais, conforme os dados do Fisco.   “É  a primeira resultado positiva mensal, indicando recuperação da economia no período da pandemia”, destacou o chefe Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias. Ele reconheceu entretanto, que “a atividade econômica ainda não voltou ainda na sua plenitude”.

Contudo, no acumulado do ano até agosto, foram recolhidos R$ 906,5 bilhões em tributos, volume 13,2% abaixo do registrado no mesmo período de 2019, mostrando que a recuperação da economia é pontual e, no ano, ainda há muito o que melhorar.  As receitas administradas pelo Fisco registraram queda de 13% no acumulado do ano em relação ao mesmo intervalo do ano passado, para R$ 872,9 bilhões.

O atraso na divulgação dos dados chamou a atenção por ser incomum. Normalmente, a Receita costuma divulgar os números a partir do dia 15 de cada mês e, no máximo, até o dia 20. Malaquias explicou que a demora ocorreu devido a sobrecarga de técnicos no fim de setembro e, por conta disso, houve o adiamento.

De acordo com a Receita, o desempenho da arrecadação de agosto refletiu as variáveis macroeconômicas, da redução redução a zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do recolhimento de parcelas diferidas de PIS-Cofins, contribuições patronais e de parcelamentos especiais.

De acordo com Malaquias, se os fatores não recorrentes fossem excluídos da arrecadação administrada pela Receita, como o recolhimento da primeira parcela de tributos diferidos e queda na receita devido à resultados atípicos de empresas, o volume de agosto dos impostos administrados somaria R$ 125,1 bilhões, dado 0,64% superior, em termos reais, ao registrado no oitavo mês de 2019, quando a receita foi de R$ 124,3 bilhões.

Os dados da arrecadação acumulada de tributos administrados pela Receita mostram quedas expressivas nos setores de combustíveis, de automóveis e de alimentação, que apresentaram tombos de 61%, 32% e 40,1%, respectivamente.

Veja abaixo os principais dados da arrecadação:

Vicente Nunes