Arrastão no Banco Central

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Técnicos do Banco Central farão um arrastão pelos andares do prédio da instituição em Brasília a fim de convencer os analistas a se juntarem a eles na manifestação marcada para esta sexta-feira, 22.

A meta dos técnicos é conquistar o apoio de analistas ao projeto aprovado no Congresso que reestrutura as carreiras no BC, mudando o critério de acesso em concursos públicos de nível médio para nível superior, sem impacto financeiro para a União. O presidente interino, Michel Temer, havia indicado que poderia vetar a medida. Mas, nos últimos dias, por conta da pressão dos funcionários do BC, o quadro começou a mudar.

Segundo o presidente do Sindicato dos Técnicos do BC (SinTBacen), Willekens Brasil, houve, na última terça-feira, uma conversa do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, com dois diretores da autoridade monetária, Edson Feltrim (Administração) e Isaac Sidney Ferreira (Relacionamento Institucional e Cidadania), e a mensagem emitida foi a de que o governo pretendia cumprir todos os acordos.

O mesmo recado foi repassado aos próprios técnicos por um funcionário da Casa Civil. O problema está em um acordo fechado com a liderança do governo no Senado, que trabalhou para a aprovação de todos os projetos de lei garantindo aumento de salários aos servidores, com a promessa de Temer de que tudo o que estivesse fora dos reajustes seria vetado. Essa negociação impediu que os projetos voltassem para a Câmara e atrasassem a decisão sobre a correção dos salários.

“O cumprimento do acordo depende do esforço do presidente do BC, Ilan Goldfajn”, diz Brasil. “Nas reuniões que estivemos com ele, foi garantido todo o empenho dele e da instituição para fazer valer o que foi aprovado pelo Senado”, acrescenta.

Os técnicos do BC estão em greve há mais de uma semana para pressionar o Palácio do Planalto a manter a reestruturação das carreiras.

Vicente Nunes