Números levantados pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento apontam que, às vésperas de estourarem as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, que praticamente destituíram Michel Temer, o governo já tinha garantido 320 votos para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara.
Hoje, reconhecem os mesmos técnicos que haviam feito tal levantamento, se o governo ainda contabilizar 100 votos a favor de mudanças no sistema previdenciário, será muito. Boa parte dos deputados abordados diz que não sabe se o governo Temer durará até a próxima semana.
Meirelles, porém, não vai entregar os pontos. Ele pediu a toda a equipe que reforce as perspectivas positivas para a reforma. Na avaliação do ministro, se a equipe econômica jogar a toalha em relação às reformas, sobretudo a da Previdência, todo o esforço empreendido no último ano irá para o lixo.
Para técnicos do governo, ficará difícil conseguir apoio às reformas com o governo Temer tão fraco. Segundo eles, seria melhor que os partidos que dão sustentação ao peemedebista o convencessem a renunciar, para estancar a sangria da economia. O acordão livraria Temer da prisão. Essa negociação está na mesa e está mais adiantada do que muitos pensam.
Se o acordão sair, acreditam técnicos do governo, será mais fácil retomar a votação das reformas, sobretudo se o escolhido por meio de eleições indiretas conseguir construir uma base de apoio muito ampla. “Com certeza, será mais fácil aprovar as reformas em um novo governo do que com Temer”, assinala um técnico da Esplanada.
Brasília, 15h01min