Após greve dos caminhoneiros, IPCA-15 acelera 1,11% em junho

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HAMILTON FERRARI

Diante da paralisação dos caminhoneiros, que ocorreu no final de maio e início de junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês subiu 1,11%, o maior resultado desde 1996. O indicador é considerado uma prévia da inflação oficial para o mês.

De janeiro a junho, a taxa subiu 2,35%, enquanto a variação foi de 3,68% no acumulado de 12 meses. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (21/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, a medida de inflação, que estava em 2,7% no acumulado de 12 meses até maio, saltou 0,98 ponto percentual em junho. Segundo o instituto, houve uma forte aceleração nos preços.

A greve dos transportadores provocou uma alta desenfreada dos produtos e serviços, principalmente dos combustíveis, que registrou aumento de 5,94% no mês analisado. A gasolina subiu 6,98%, enquanto diesel e o etanol avançaram 3,06% e 2,36%, respectivamente. O grupo de transportes avançou 1,95% no mês.

Também ocorreu alta em alimentação e bebidas (1,57%) e habitação (1,74%). Juntos ao grupo de transportes, os três contribuíram com 1,01 ponto percentual para o avanço da inflação.

Nos alimentos, houve uma expansão de 2,31% nos produtos para domicílio, com destaque para batata-inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%). A alimentação fora de casa subiu 0,29%.

Já no grupo de habitação, a alta foi de 1,74%, influenciada pela bandeira tarifária vermelha patamar 2, que aumentou a energia elétrica em 5,44%. A cobrança é de R$ 0,05 a cada kwh consumido. Os itens gás encanado e taxa de água e esgoto avançaram 1,7% e 0,77%, respectivamente.

Nos demais grupos, apenas vestuários apresentou deflação (-0,08%). Artigos de residência (0,38%), saúde e cuidados pessoais (0,55%), educação (0,01%), comunicação (0,02%) e despesas pessoais (0,22%) completam a lista.

Segundo analistas, a expectativa é de que, de modo geral, haja uma normalização dos preços em julho. Mesmo assim, a recente desvalorização do real frente ao dólar deve pressionar o índice, impactando principalmente os produtos importados e os combustíveis.

Brasília, 9h18min

Vicente Nunes