Com a corrida da população em busca da hidroxicloroquina, apontando como alternativa de cura à Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enquadrou o medicamento como produto controlado. Segundo o órgão, a medida permitirá que pacientes que já utilizam o medicamento não fiquem sem tratamento.
A meta da Anvisa, ao enquadrar medicamentos com hidroxicloroquina e cloriquina como de controle especial, é evitar desabastecimento no mercado. A falta dos produtos pode deixar os pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados. Agora, quem quiser comprá-los terá que recorrer à receita médica.
Em nota, a Anvisa informa que recebeu relatos de que a procura pela hidroxicloroquina aumentou depois que algumas pesquisas indicaram que o produto pode ajudar no tratamento da Covid-19. “Apesar de alguns resultados promissores, não há nenhuma conclusão sobre o benefício do medicamento no tratamento do novo coronavírus”, ressalta a agência.
No entender da Anvisa, é importante ressaltar que não há recomendação do órgão, pelo menos no momento, “para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”.
Regra para quem já usa o medicamento
A agência esclarece que os pacientes que já fazem uso do medicamento poderão continuar utilizando sua receita simples para comprar o produto durante o prazo de 30 dias. A receita será registrada pelo farmacêutico, que já está obrigado a fazer o controle do medicamento no momento da venda.
“Na nova categoria o medicamento só poderá ser entregue mediante receita branca especial em duas vias. Médicos que fazem a prescrição de hidroxicloquina ou cloroquina já devem começar a utilizar este formato.”, explica a Anvisa.
Segundo a agência, a hidroxicloroquina já estava enquadrada como medicamento sujeito à prescrição médica. Com a nova categoria, a venda irregular pelas farmácias é considerada infração grave. “O uso sem supervisão médica também pode representar um alto risco à saúde das pessoas”, alerta.
Brasília, 18h05min