Anvisa afirma que laboratório ainda não pediu registro do Remdesivir para tratamento da Covid-19

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Apesar da ansiedade do Palácio do Planalto para o registro do medicamento Remdesivir, fabricado pelo laboratório norte-americano Gilead Sciences, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que, até agora, não recebeu nenhum pedido para autorização do remédio no Brasil.

O Remdesivir é um antiviral que vem sendo apontado como um medicamento de alto potencial para conter o novo coronavírus. A expectativa no governo é de que o remédio seja liberado para uso o mais rapidamente possível. O Brasil já ostenta quase 10 mil mortos pela Covid-19.

Segundo a Anvisa, representantes da farmacêutica Gilead Sciences participaram de reunião com integrantes da agência, na quarta-feira (06/05), para tratar da possibilidade de registro, fabricação e distribuição do medicamento no Brasil.

Em nota, a agência informa que, durante o encontro, a empresa informou que o plano global de submissão para Remdesivir, incluindo o Brasil, está em fase de discussão interna. Esclareceu, ainda, que entrará em contato com a Anvisa tão logo mais informações estejam disponíveis.

“Nesse sentido, é preciso esclarecer que a Anvisa só registra um produto no país (seja medicamento, equipamento, produto para saúde, cosméticos ou qualquer outro) quando uma empresa ou fabricante solicita o registro do produto. Isso ainda não ocorreu com o medicamento Remdesivir”, destaca a agência.

A Anvisa destaca que a reunião com representantes da Gilead Sciences foi proposta pela agenda na sexta-feira (01/05), a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador da área de saúde e alimentação dos Estados Unidos, autorizou o uso do medicamento naquele país para tratamento da doença em pacientes hospitalizados em estado grave.

“A Gilead tem vários ensaios clínicos em andamento para o Remdesivir, com dados iniciais esperados nas próximas semanas. Caso o benefício do medicamento se comprove, a Anvisa possui mecanismos, como anuência de uso em programa assistencial e priorização de registro, para garantir o acesso célere do medicamento à população após a solicitação pela empresa”, diz a nota.

Brasília, 12h01min

Vicente Nunes