André Brandão será o presidente do Banco do Brasil. Só falta Bolsonaro comunicar

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu manter o controle do Banco do Brasil em suas mãos e acertou com o presidente da República, Jair Bolsonaro, a nomeação de André Brandão para a presidência da instituição, em substituição a Rubem Novaes. Brandão é executivo do HSBC no país.

O comando do Banco do Brasil já foi comunicado sobre a escolha de Brandão, mas Bolsonaro precisa oficializar a escolha, pois cabe, por lei, ao presidente da República nomear o presidente da instituição pública. Guedes queria um nome de mercado para conduzir o BB. Dentro do governo, havia pressão para uma solução caseira, com a promoção de um dos atuais vice-presidentes.

A nomeação de Brandão deve ocorrer em um semana, pois ele ainda precisa se desincompatibilizar do HSBC. O sinal verde dele a Paulo Guedes para suceder Novaes, que renunciou à presidência do BB em 24 de julho, veio na sexta-feira (31/08).

Com um nome de mercado, Guedes acredita que reforçará, aos donos do dinheiro, que tem autonomia total para escolher sua equipe e que há agentes do setor privado que acreditam em sua gestão. Em menos de um mês, o ministro viu três integrantes de seu time deixarem o governo.

Novaes não conseguiu privatizar o BB

Pelos trâmites para a nomeação do presidente do BB, o primeiro passo é a indicação, pelo Palácio do Planalto, do escolhido para o Banco do Brasil, que submeterá o nome a seu Conselho. Depois de aprovado, vem a publicação da nomeação no Diário Oficial da União e o envio de um fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Bolsa de Valores.

Rubem Novaes deixa o BB em meio a muitas polêmicas e sem realizar o sonho de privatizar a instituição. Esse desejo explícito, por sinal, foi o grande motivo por nunca ter sido aceito pela corporação do banco. Ele também não se adaptou a Brasília, cidade que, na avaliação dele, está associada à corrupção.

Se dependesse de Novaes, a presidência do Banco do Brasil ficaria com Fábio Barbosa e Mauro Ribeiro Neto, dois vice-presidentes do BB. Mas Guedes bateu o pé. A demora para a escolha do novo presidente do BB causou estranheza entre os banqueiros, que suspeitavam de possíveis interferências políticas no processo de escolha.

Brasília, 10h15min

Vicente Nunes