Ambição no Banco do Brasil, uma armadilha para Rubem Novaes

Publicado em Economia

Quem conhece os meandros de Brasília, tem a exata noção das armadilhas que o poder propicia. Não por acaso, indicados para a equipe econômica de Jair Bolsonaro têm sido alertados para ficar de olhos bem abertos. Só boa vontade não ajuda. Isso vale, inclusive, para o futuro presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, um neófito na capital federal.

 

Técnicos da instituição financeira alertam para as movimentações que vêm sendo feitas no bastidores para a criação de mais uma vice-presidência, que ficaria encarregada de cuidar das áreas de pessoal, de reestruturação de agências e da parte de comunicação, entre outras atribuições. Já se teria até um nome para ocupar o cargo, Carlos Netto.

 

Hoje diretor de Estrutura e Organização, Netto não esconde o desejo de ser alçado ao primeiro escalão do BB. Tanto que adiou os planos de aposentaria que havia alardeado nos últimos meses. Havia até uma data marcada para o desligamento: 30 de novembro de 2018. O desejo da nova vice-presidência o fez mudar de ideia.

 

Netto está ativo no sentido de cair nas graças da equipe de Bolsonaro. Depois de toda a proximidade com o PT, agora, está se articulando com a bancada evangélica. Logo ele que criticou o presidente eleito durante a campanha eleitoral durante a discussões em torno de mudanças no Ministério da Cultura.

 

 

Numa antecipação em direção à futura vice-presidência, Netto patrocinou uma proposta que foi aprovada recentemente pelo comando do banco, dividindo a área de comunicação que foi criada pelo então presidente do BB, Paulo Caffarelli. Toda o setor estava ligado diretamente à presidência da instituição. Agora, somente a parte de atendimento à imprensa ficou nessa estrutura, e bem pequena. O restante, foi para o Marketing.

 

Caffarelli foi um dos mais populares presidentes do BB, mesmo tendo comandado dois grandes processos de reestruturação do banco, com demissões voluntárias e fechamento de agências. Justamente porque soube fazer uma boa comunicação com os funcionários da instituição e com a mídia.

 

Se mantiver a nova estrutura, Rubem Novaes ficará sem interlocução direta com o corpo funcional do BB, já que terá o diálogo interditado por uma área específica, um risco, pois a máquina está cheia de armadilhas. Restará a ele o ônus de tratar as más notícias com a imprensa.

 

Brasília, 11h13min