Gilberto Occhi, indicado pelo PP para a presidência da Caixa Ecômica Federal, chegou ao banco pouco depois da posse do presidente interino, Michel Temer, certo de que faria uma rápida limpeza nas diretorias e nas vice-presidências do banco. Já tinha na cabeça vários nomes para nomear, alguns de integrantes de seu partido.
Quase dois meses depois, Occhi é um poço de frustração. Pressionado por todos os lados, ele não conseguiu nomear ninguém para a Caixa. Não para os cargos de maior relevância. Todas as tentativas foram barradas pelo Palácio do Planalto. As diretorias e as vice-presidências da instituição controlada pelo Tesouro Nacional valem ouro, sobretudo com a votação, no Senado, do impeachment de Dilma Rousseff chegando. Temer não as entregará de mãos beijadas. Das 12 vice-presidências da Caixa, pelo menos oito serão trocadas.
Assessores de Temer garantem que a autonomia de Occhi para preencher cargos do primeiro escalão da Caixa é zero. Nada será feito sem o aval do Planalto. Nem mesmo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao qual a Caixa está subordinada dentro do organograma do governo, tem a caneta para as nomeações. Meirelles, por sinal, foi voto vencido sobre a indicação de Occhi para a presidência do banco.
Enquanto aguarda por mudanças, a Caixa vai afundando. Funcionários relatam uma paralisia total. Acreditava-se que, com a saída de Míriam Belchior, considerada a pior presidente da instituição dos últimos 20 anos, o banco decolaria. Ledo engano. Não há uma diretriz clara. A Caixa está largada. Como diz um grupo de empregados do banco, a situação está de dar dó.
Brasília, 00h15min