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Alta tensão em Orlando: Bolsonaro está ligado no depoimento de Anderson Torres

Publicado em Economia

O ex-presidente Jair Bolsonaro praticamente não dormiu esta noite. Ele está completamente tenso com o depoimento desta quarta-feira (18/01), à Polícia Federal, de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal. Apesar de ter o direito de ficar calado, para não apresentar provas contra si, Torres estaria disposto a falar.

 

A tensão em Orlando, nos Estados Unidos, para onde Bolsonaro fugiu dois dias antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é grande, pois há informações de que policiais do setor de inteligência da PF conseguiram acessar importantes arquivos de ligações e mensagens do telefone celular que o ex-ministro disse ter sido clonado e esquecido em solo norte-americano.

 

Tanto a empresa de telefonia à qual o número de Torres está vinculado quanto as redes sociais usadas por ele para a troca de mensagens decidiram contribuir com as investigações, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações obtidas até agora serão usadas para confrontar as declarações do ex-ministro.

 

As informações colhidas são amplas, pegam muita gente, inclusive integrantes da família Bolsonaro. Mas a gravidade delas é mantida sob sigilo pelos policiais, pois se sabe que há, dentro da PF e da Polícia Militar do Distrito Federal, vários partidários do ex-presidente. Ou seja, teme-se que dados importantes sejam repassados a Torres para ele se preparar para o depoimento.

 

A PF sabe que não será fácil obter, pelo menos neste primeiro depoimento, informações relevantes do ex-ministro, em cuja casa foi encontrada uma minuta de um golpe. O documento, pego em uma operação de buscas e apreensões, previa a declaração de estado de defesa, com intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anulação dos resultados das eleições presidenciais vencidas por Lula.

 

Torres é delegado da Polícia Federal e conhece muito bem as técnicas dos colegas da corporação para obter informações em depoimentos. Contundo, ele tem se mostrado fragilizado emocionalmente desde que foi preso. Há, segundo investigadores, motivo de sobra para que Jair Bolsonaro realmente perca o sono. Muita coisa pode respingar no colo dele.