Fundamentada na religião, como nos tempos da Inquisição, e na licença para matar — o símbolo do partido é formado por cápsulas de balas e o número escolhido, o 38, uma referência ao “três oitão”, tipo de arma muito conhecido no país —, a legenda não se envergonha de representar o atraso.
Prega a intolerância, em vez da união. Esquece a diversidade, como se a sociedade não estivesse passando por uma grande transformação. Em vez do diálogo, estimula que todos os problemas sejam resolvidos à base do tiro. Não tem nada a ver com o século XXI. Muito pelo contrário. Está mais para um partido da Idade Média.
Aplausos
O mais assustador é ver, logo após lançamento do Aliança pelo Brasil, as manifestações a favor do futuro partido, que ainda depende de registro oficial. É uma parte do Brasil que resolveu mostrar a cara e expor que há de pior em favor do conservadorismo.
Tomara que haja uma reação da maioria da população, que, felizmente, não compartilha das barbaridades defendidas pelo novo partido de Bolsonaro. A democracia permite que todos expressem suas posições políticas, que lutem por elas, mas o desejo da minoria que prega o atraso precisa ser vencido nas urnas.
O Brasil já deu muitos passos atrás desde que Bolsonaro chegou ao poder. Na área ambiental, na educação, no combate às desigualdades sociais, no respeito à diversidade, nos direitos trabalhistas.
Aplaudir o discurso da intolerância é perigoso demais. Minar o contraditório facilita o surgimento de líderes fascistas. A Aliança pelo Brasil é uma ameaça aos que pensam diferente dos dogmas pregados pela legenda. Toda atenção será pouca ante ao que está por vir.
Brasília, 07h26min