Alexandre Ramagem manda mais que ministros no Palácio do Planalto

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Quem frequenta com assiduidade o Palácio do Planalto garante: o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, tem mais poder dentro do governo do que muitos ministros. O presidente Jair Bolsonaro não fica um dia sequer sem consultar Ramagem.

A razão é simples: o diretor-geral da Abin é, hoje, a principal peça destacada dentro do governo para resolver os problemas dos filhos do presidente, principalmente, do senador Flávio Bolsonaro, acusado pelo Ministério Público de chefiar uma organização criminosa por meio do esquema de rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Ramagem tem apresentado relatórios diários a Bolsonaro sobre todos os temas que podem afetar o governo e dado dicar de como enfrentar as acusações que pesam sobre os filhos presidenciais. Sabe-se que a Abin teria preparado dois relatórios para auxiliar a defesa de Bolsonaro no caso das rachadinhas.

Foi Ramagem, inclusive, que induziu o presidente da República a ameaçar países europeus com a publicação dos principais compradores de madeira extraída ilegalmente da Amazônia. Felizmente, Bolsonaro, nesse caso, ficou só na ameaça.

Para retribuir tudo o que Ramagem vem fazendo por seus filhos, o presidente ainda sonha em nomeá-lo para o comando da Polícia Federal. Para isso, Bolsonaro conta com o arquivamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do processo que investiga possível interferência dele na PF, como acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

“Aqueles que conhecem as entranhas do governo sabem o tamanho do poder de Alexandre Ramagem junto a Bolsonaro. Quase ninguém tem coragem de contestar o diretor-geral da Abin com medo de comprar briga com o presidente. Todos sabem o que acontece com quem cai em desgraça”, diz um importante integrante do Planalto.

Brasília, 16h51min

Vicente Nunes